A subsidiária brasileira da marca americana Levi's de jeans, camisas, cintos, bonés e calçados tornou-se o último adotante da tecnologia de identificação por radiofrequência para rastreamento e controle de estoque. A implementação bem-sucedida, realizada pela iTag Tecnologia, já traz resultados positivos nos primeiros meses desde a implantação no segundo semestre de 2017.
O Levi's Brasil decidiu testar a solução RFID em suas próprias lojas, que abrangem um total de 78 pontos de venda em todo o país, principalmente porque eles usam o mesmo sistema de planejamento de recursos empresariais (ERP). Como tal, a implantação tornou-se menos complexa em comparação com as outras 62 lojas, que utilizam 12 ERPs diferentes. O primeiro teste da solução ocorreu este ano na sexta-feira negra, quando a empresa representou um aumento de 56% nas vendas em relação ao ano passado, graças a vários fatores. No entanto, a empresa não conseguiu determinar com precisão o quanto disso devido à RFID, diz Rui Araújo Silva, diretor-geral do Levi's Brasil.
"Uma coisa é certa: a capacidade de substituir de forma fácil e rápida peças nas prateleiras foi um dos fatores determinantes desse sucesso no crescimento de nossas lojas", afirma Silva. "Nós simplesmente não sabemos o quanto foi graças à RFID especificamente, porque estamos executando uma série de melhorias nos processos de lojas e decisões de cobrança este ano e também estão sendo impactadas por uma melhoria significativa no cenário econômico do país". Silva prevê uma temporada de Natal marcada por bons negócios este ano.
De acordo com Silva, todos os sinais indicam que, com a RFID, foi possível atender as necessidades dos clientes em lojas este ano do que no ano passado. Muito provavelmente, diz ele, se a empresa não implantasse com sucesso a tecnologia, suas vendas poderiam ter sido prejudicadas por uma incapacidade de fornecer pontos de venda regularmente e com precisão. Esta visão é compartilhada por Jefferson de Paulo, diretor de logística e distribuição da Levi's Brasil, que gerencia a colocação das tags EM 4124 da iTag em todas as mercadorias vendidas no Brasil - 20% das quais são produzidas localmente, com o resto importado de fora do país. Atualmente, a empresa consome 50 mil tags RFID por mês.
A Levi's está usando RFID para rastrear produtos quando são recebidos no centro de distribuição da empresa (DC). Isso envolve a finalização de ordens de compra, transferências, remessa para lojas e contagens de estoque após o recebimento. A tecnologia também está sendo usada nos processos de vendas e inventário, além de uma solução anti-roubo.
No DC, onde os rótulos são impressos, o teste permitirá que a empresa receba bens e finalize as ordens de compra. O faturamento de vendas para as franquias multi-marcas também ocorrerá na DC, antes que as mercadorias sejam transferidas para suas próprias lojas. Os pacotes selados são então verificados, para comparar os itens dentro da fatura dos bens. Tendo etiquetas RFID inseridas em todos os produtos, explica a empresa, facilita o controle do estoque e da localização dos produtos.
Nas lojas, o recebimento e a contagem de mercadorias que chegam da DC são realizados usando a solução RFID, juntamente com os dados de estoque da área de vendas. Os caixas no ponto de pagamento também utilizam RFID para realizar vendas, descartar automaticamente itens marcados como em estoque e evitar que produtos roubados sejam passados pelo portal de saída. Todas as tags são compatíveis com GS1. "Nos produtos Levi's, a codificação SGTIN-96 / EPC Gen 2 é usada", diz Sérgio Gambim, CEO da iTag. "O padrão SSCC também será usado com DataMatrix GS1 para a cadeia logística e os dados EPCIS para fluxo de informações em toda a rede".
As etiquetas são impressas no DC depois que os produtos recebidos do México da Levi são contados, ou são impressos durante a produção no Brasil. Para executar impressões, o Iprint middleware da iTag verifica a quantidade de itens e alimenta uma impressora SATO CL4NX, que produz etiquetas que estão de acordo com o padrão GS1. Os produtos rotulados são armazenados em caixas seladas, validados por um portal de RFID de entrada de mercadorias e, em seguida, movidos para o armazém, dos quais posteriormente serão enviados para lojas através do processo de escolha da empresa.