Santa Casa de Valinhos mantém 102 leitos ativos e realiza, em média, 450 cirurgias, 800 hospitalizações e 10 mil visitas de emergência por mês. O hospital informa que implementou uma solução de Internet de Coisas (IoT) para identificar e localizar rapidamente o equipamento em sua unidade de terapia intensiva.
O sistema emprega balizas Bluetooth Low Energy (BLE) que emitem sinais para um centro de controle. A iniciativa é o resultado de uma parceria entre a Taggen RFID Solutions e Biocam Hospital Equipment.
Edson Manzano, o superintendente da Santa Casa de Valinhos, diz que o projeto se originou com a necessidade de atualizar inventário, monitorar deslocamentos e localizar dispositivos. "O sistema de rastreamento em tempo real dificulta desvios e roubos, facilita a localização de equipamentos para atendimento ao paciente, reduz os custos de manutenção e agiliza as auditorias de ativos", afirma Manzano, acrescentando que o sistema atual substitui controles que anteriormente eram realizados manualmente. "Conseguimos melhor otimizar nossos recursos". Entre os equipamentos selecionados estão monitores cardíacos, bombas de infusão e máquinas eletrocardiográficas.
A implementação do projeto IoT permite que o hospital atenda a norma atual das contagens anuais de inventário, bem como a manutenção do certificado da Organização Nacional de Acreditação (ONA) do Brasil. Esta certificação avalia a qualidade dos serviços de saúde, diz Manzano, além de estabelecer gerenciamento transparente com melhorias contínuas.
Com o sistema, os dados de localização do equipamento são integrados no sistema de gerenciamento de ativos do hospital Genesis para análise pela IBM Watson. "O projeto envolve um RTLS [sistema de localização em tempo real] para localização em tempo real focado no controle do movimento de equipamentos hospitalares", diz Mario Prado, CTO da Taggen.
"Anteriormente, o processo exigia contagens de estoque freqüentes", explica Prado. "O equipamento crítico para suportar a vida dos pacientes foi muitas vezes adiado. O sistema atualmente monitora a localização do equipamento em tempo real". A solução usa beacons fabricados pela Taggen RFID Solutions, que constantemente transmitem a sua localização através de sinais Bluetooth, seguindo os padrões de farol Eddystone do Google. "Os benefícios desta tecnologia são o baixo custo de implantação e a capacidade de usar a infra-estrutura de TI existente de um cliente e fornecer serviços em nuvem".
A plataforma de localização da Taggen é composta por três componentes. Um servidor em nuvem fornece uma interface administrativa, painéis, relatórios e uma interface de programação de aplicativos (API). Os módulos de leitores pequenos (conhecidos como Gatehouses de Taggen) estão instalados nas salas a serem monitoradas. "Esses módulos se comunicam com o servidor central através de uma rede Wi-Fi ou a própria fiação do cliente", afirma Prado. Finalmente, os leitores detectaram tags ativas (chamadas Taggen Beacons). O sistema coleta informações de localização e telemetria, como nível de bateria, temperatura ambiente e assim por diante.
A solução foi integrada com o sistema de gerenciamento da empresa, que é o front-end preferido pelos usuários - os técnicos que realizam manutenção no hospital. Os leitores são instalados em leitos hospitalares, e o sistema identifica as balizas dentro de 100 metros (328 pés). O servidor em nuvem tem a inteligência para determinar a localização exata de cada tag, mesmo que esteja sendo detectado por múltiplos leitores simultaneamente.
O sistema de localização do Cricket foi desenvolvido pela Biocam, com base na plataforma RTLS da Taggen, que utiliza leitores e tags Taggen RFID. A engenharia eletrônica é o resultado de uma parceria com o instituto CPqD, localizado em Campinas.
Segundo Prado, o projeto foi realizado em duas fases. Durante a primeira fase, o equipamento localizado no setor de UTI e considerado mais crítico foi identificado com as balizas. "Atualmente", diz ele, "uma expansão está em andamento e 133 outros dispositivos móveis estão sendo identificados".
As etiquetas ativas (beacons) podem ser reutilizadas no caso de um dispositivo ser substituído. Cada etiqueta possui uma bateria substituível e de longa vida que atinge um período de uso de 10 anos, de acordo com o fabricante.
Prado diz que não houve grandes desafios para a operação do sistema. "O principal foi uma pequena adaptação da cobertura da rede Wi-Fi do hospital", afirma. "Com o sucesso da implantação inicial, queremos aumentar o número de leitores para ampliar a área de cobertura e a implantação da rede com fio no equipamento".